25 fevereiro, 2006

23) Sintonia e vibração (Jan Val Ellam)

Imaginemos alguém que, com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico. Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos freqüentar.

Assim, os nossos lares, os ambientes de trabalho, os locais onde se realizam cultos religiosos e de outros tipos, ficam com suas atmosferas marcadas pelas formas-sentimento e formas-pensamento que comumente ali são expressadas. Quem penetrar em um desses ambientes, inconscientemente ou não, se sentirá inclinado a sintonizar-se psiquicamente com as vibrações ali
caracterizadas, sejam agradáveis ou desagradáveis.

Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdaremos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeroso ou não. Da mesma forma que o perfume alheio nos invade a atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também nos invadem a organização íntima, nem que essa troca energética se processe - e também se conclua em poucos segundos, tempo necessário para que as defesas energéticas da aura administrem a invasão energética. Em resumo, estamos sempre marcando, com a "nossa fragrância espiritual", as pessoas e os ambientes com os quais convivemos e, ao mesmo tempo, recebendo a suas influências. Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo e rechaçaremos o que não for. Esse processo é inconsciente, como também o é o da defesa orgânica que os anticorpos promovem em nosso corpo, sempre que necessário. É tudo tão
rápido que o cérebro físico-transitório não dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que nos invadem o espírito.

É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não. Quando a nossa resultante de defesa vibratória é positiva - normalmente assim o é nas pessoas que tem bom ânimo, não se deixam entristecer pelos fatos, são disciplinados no campo da oração e/ou meditação etc. - pouco nos invade a energia alheia, se isto for nos servir de transtorno ao nosso equilíbrio energético. Ao contrário, se estivermos em baixa condição de defesa
energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar "estragos" no nosso organismo, a energia deletéria alheia nos desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a nossa capacidade psiquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que nos caracteriza, seja ele de que nível for.

As crianças pequenas que sequer andam, normalmente tem energia passiva, e sofrem um bocado quando ficam "passando de braço em braço", recebendo verdadeiras descargas energéticas que normalmente lhes causam desequilíbrios de toda ordem. Se os pais terrenos disso soubessem, outras seriam as suas posturas em relação a permitirem que seus filhos andem de "braço em braço".

Portanto, estamos a todo momento, trocando energia com as pessoas e com os ambientes que nos rodeiam. O equilíbrio - leia-se, saúde espiritual - de cada um é o único antídoto a impedir que as vibrações negativas, alheias à nossa organização espiritual, penetrem no nosso íntimo. Saber conviver sem sintonizar com a energia de terceiros é postura que somente os mestres de si mesmos conseguem plasmar na difícil coexistência com os demais. Ao contrário, se a toda hora temos a sensibilidade pessoal invadida por problemas e influências de outras pessoas e/ou situações, ficamos sempre à mercê dos "outros nos deixarem" ficar em paz. Assim, a nossa paz íntima dependerá dos outros, jamais de nós próprios; o nosso controle será sempre refém do descontrole alheio; a nossa fragrância espiritual estará sempre mesclada com a dos outros; enfim, dificilmente conseguiremos ser donos de nossa própria vida.

Se pretendemos ser os arquitetos e atores da nossa própria caminhada evolutiva é mister que cuidemos do nosso equilíbrio espiritual, escolhendo quando e como sintonizar com as vibrações alheias, seja em uma conversa, em um convívio mais íntimo, numa palestra, enfim, numa simples leitura, como é o caso que ora ocorre, pois, até o que lemos pode nos ser motivo de
enriquecimento ou de desarmonia interior, já que é vibração que nos penetra a alma.

Lembremo-nos de que: a soberania espiritual passa necessariamente pelo controle das emoções; a saúde do nosso corpo dependerá da qualidade do que nos alimentamos; o equilíbrio do nosso espírito depende e, em muito, do que nos permitimos sintonizar, através dos sentidos.

Afinal, se a massa e energia são aspectos de um mesmo padrão existencial, sintonia e vibração formam o elo entre toda a massa e energia que existe, independente das formas transitórias que venham a assumir.

Melhoremos a nossa vibração pessoal e eduquemos os nossos padrões de sintonia. Isto feito, estaremos despertando no nosso íntimo, a grande herança que recebemos do Pai Celestial.

(Jan Val Ellam - "Queda e Ascensão Espiritual")

22) A Volta do Mestre - Parte final (Jan Val Ellam)

Estamos tão profundamente perdidos na horizontalidade ilusória dos valores terrenos que nos desconectamos da realidade cósmica que nos envolve. Pelo fato de não a percebermos não quer dizer que não exista. E a personalidade do Mestre Jesus faz parte exatamente dessa realidade maior, da qual não damos conta através da nossa pobre e distorcida ótica terrena. Ele mesmo afirmou que não "pertencia a este mundo", "que tinha ovelhas de outros apriscos", "que o seu reino não era deste mundo", ou seja, a sua função de autoridade cósmica não era exercida ou reconhecida na Terra - por ser um mundo rebelado e, portanto, impedido de conviver com as demais famílias planetárias do cosmos.

Muitos são os mentores espirituais e de outros orbes que afirmam que finalmente "os tempos são chegados" - os tempos em que as Promessas do Cristo se cumpririam na sua totalidade.

Desde a segunda metade do século XX, diversos são os avistamentos de objetos voadores não identificados, como se a nos preparar para um evento que está por acontecer a qualquer momento. Segundo os mentores, voltaremos a conviver com os irmãos e irmãs de outros orbes que viriam acompanhando o Cristo quando do cumprimento de sua promessa. Com eles, a certeza de que não estamos sós no universo, de que a vida tem um sentido evolutivo através das reencarnações em corpos
transitórios, de que existe uma hierarquia celeste, enfim, de que somos cidadãos cósmicos.

Exercer essa cidadania da forma mais digna possível foi o maior ensinamento que Jesus nos legou. Pena que até os dias atuais pouco ou nada entendemos do que, de fato, o Mestre dos Mestres desejou nos ensinar. Entretanto, entendendo ou não, seremos testemunhas e atores de um evento que está por vir e que não tarda.

Finalizando, para que melhor possamos compreender os breves dias que já se anunciam, é mister que observemos que as Profecias Apocalípticas, Exílio ou Expurgo Planetário, o Final dos Tempos, o Juízo Final, Fim do Mundo, a Nova Era, a Reintegração Cósmica e a Volta de Jesus nada mais representam do que conceitos distintos que convergem para o atual momento pelo qual passa a Terra.

Esses temas a muitos confundem, porquanto produtos das mais variadas crenças e doutrinas religiosas. Mas, na verdade, todos os conceitos anteriormente apresentados nada mais significam do que dois fatos básicos, muito simples de serem entendidos: - a reintegração da Terra à vida cósmica, ou seja, a volta da convivência com os irmãos de outros orbes que há muito estavam impedidos de se comunicarem abertamente conosco devido a nossa vibração perturbadora; e - a reciclagem vibratória pela qual o planeta já está passando, com o objetivo de retirar dos ambientes terrenos aquelas Individualidades espirituais que, após todas as oportunidades reencarnatórias permitidas no ciclo existencial que ora se encerra, ainda são tendentes à perturbação e ao crime.


Para presidir esse momento histórico aqui virá - como ele mesmo prometeu no passado - o Mestre Jesus, como predito por muitos.

Nada de fim de mundo com a sua chegada. Ao contrário. Estaremos apenas encerrando um período da vida cósmica e iniciando outro, nesta escola planetária onde estamos congregados. Não esperemos que ele venha fazer por nós o que nos cabe realizar: o progresso do mundo que nos serve como berço planetário.

Não serão Deus, Jesus, os extraterrestres, os santos ou os espíritos que farão por esta humanidade o que corre por conta da responsabilidade existencial que nos marca: o esforço moral de evoluir sempre. E este quesito é intransferível. Todos eles nos ajudarão a seguir adiante, mas teremos que caminhar com os próprios passos.

Já está na hora de entendermos esse processo, pois ele é inexorável.

Quanto à chegada do Mestre, é só uma questão de tempo. Muito em breve O teremos entre nós.

É aguardar para ver. Enquanto isso, tratemos de nos melhorar pessoalmente, amando-nos uns aos outros, como ele sempre recomendou.

J. Val Ellam

19 fevereiro, 2006

21) A volta do Mestre - Parte 3 (Jan Val Ellam)

É imperioso perceber que muitos acham que, em nenhuma hipótese, existe a possibilidade de Jesus voltar à Terra, apesar de conhecerem o compromisso por ele assumido quando aqui esteve. Essa
certeza, produto da equivocada ótica terrena que tem como base apenas o orgulho intelectual do que se pensa saber, pode levar os que assim pensam a se surpreenderem com os dias de um futuro que está cada vez mais próximo.
Se bem analisarmos, a "única promessa dos céus" para os que vivem na Terra - que esteja registrada no conhecimento do mundo – é justamente a da volta do Cristo. Não há outra. Esta é a única
esperança da quebra da mesmice terrestre, que nos ilude a ponto de pensarmos que somos a única expressão de vida no cosmos.

Existem, na Sagrada Escritura, conforme aferição dos protestantes, cerca de 2.500 citações referentes à volta do Senhor. Somente no Novo Testamento, encontra-se expressa em 318 oportunidades
a promessa de seu retorno. É de se perguntar quem tem estatura moral para afirmar que tudo isso é mera questão de simbologia. Infelizmente, muitos assim afirmam.

Esquecem-se, entretanto, que, quando em vida terrena, Jesus prometeu ressuscitar e ressuscitou, apesar de nem mesmo os apóstolos acreditarem que tal fato fosse possível. Realmente, sob a ótica terrena seria mesmo impossível. Mas aconteceu.

Muito mais do que ressuscitar, ele prometeu voltar, até porque essa promessa já se encontrava registrada através dos profetas do Antigo Testamento. Convenhamos que, sob a ótica terrena, este fato
também é impossível de acontecer, até porque os olhos dos que vivem na Terra somente conhecem o que é terreno. Quanto tempo ainda demoraremos para perceber que a personalidade de Jesus transcende à pobre e distorcida pretensão do orgulho intelectual terreno?

Com que estatura moral, obrigamo-nos a repetir, pode alguém na Terra intentar pontificar com tanta certeza sobre o que transcende às possibilidades de percepção que caracteriza o atual nível de nossa existência?

Afinal, o que é que os Espíritos - e não os espíritas – dizem sobre o assunto? Quem pode fornecer essa resposta em nome dos espíritos?

Da mesma forma que os espíritas reclamavam - e ainda reclamam - dos que não conseguiram perceber o contexto espiritual que envolve a vida terrena, será que não estarão eles deixando de perceber o contexto cósmico que a tudo envolve, e no qual se insere a personalidade do Mestre e tudo
mais que o cerca, em especial, as suas hostes extraterrenas, nos tempos bíblicos tratadas como hostes angelicais?

Não se modifica um "til" da verdade pelo fato da ótica terrena não conseguir perceber isto ou aquilo. Também não deixará de acontecer a única promessa feita por uma autoridade celeste que esteve pessoalmente na Terra, pelo simples fato de não acreditarmos ser possível - e é bom recordar que ele ressuscitou, conforme prometera, e isso também era e é impossível para os padrões terrestres. No entanto, aconteceu; ou será que o que está descrito no Novo Testamento quanto aos fatos ocorridos é,
também, simples questão de simbologia? Se for, convenhamos, estamos todos nós, cristãos, vivendo uma grande ilusão já que nada do que está escrito é, de fato,verdade.

Assim, nada há nos registros históricos terrenos, referente ao futuro, que nos leve a pensar em um possível encontro com algum tipo de hierarquia cósmica, a não ser a promessa de Jesus em retornar
em toda a sua glória, acompanhado pelos seus anjos ou extraterrestres. E é exatamente no cumprimento da sua promessa que contexto extraterreno e o seu retorno se encontram.


Se bem recordarmos, no Antigo Testamento havia a promessa de sua vinda, e ele veio. Quando aqui esteve, resolveu prometer que retornaria. Por quer não o faria? Disse mais: que "passarão o céu e a terra, mas minhas palavras não passarão" (Lc, 21,33), ou seja, tudo poderia deixar de ocorrer, menos o cumprimento de sua promessa.


São poucos, muito poucos, os que acreditam no fiel cumprimento dessa promessa. Se ela não se cumprir, a história terrena não tem o menor sentido. Nela se insere o conceito que temos de Deus, da vida, de justiça divina, da vida após a morte, dos "céus e infernos" que nos cercam, de anjos e de outros seres da criação, etc., enfim, todo o pano de fundo filosófico da nossa existência, já que concernentes às indagações essenciais da humanidade, como por exemplo: quem somos? De onde viemos? Qual o significado da vida? Para onde vamos?

13 fevereiro, 2006

20) A VOLTA DO MESTRE - Parte 2 (Jan Val Ellam)

Outra matéria confusa ao entendimento do movimento espírita refere-se à promessa feita por Jesus quanto ao seu retorno. Mais uma vez, o seu legado não testifica a opinião corrente de que o Mestre não retornaria porque o surgimento do espiritismo já seria o cumprimento da sua promessa em retornar.

Especificamente sobre o Segundo Advento do Cristo, Kardec jamais apresentou a tese de que o surgimento do espiritismo já seria a tão esperada volta de Jesus. Ao contrário. Na sua preocupação de realçar o que era opinião dos espíritos e o que era a sua própria, diante dos aspectos das verdades evangélicas, procurou ele dizer claramente, na página 389 do capítulo XVII, denominado "Predições do Evangelho", do livro A Gênese, que "Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que voltará à Terra em um corpo carnal, nem que personificará o Consolador. Apresenta-se como tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito e o demérito e dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos forem chegados."

Fez mais. Ao desencarnar, em contato agora com a realidade maior da vida, o espírito de Kardec percebeu a desagregação que já começava a existir no seio do movimento como também as preocupantes deformações no teor do seu legado. Resolveu, então, continuar, mesmo desencarnado, com o seu trabalho esclarecedor. Em 1888 e 1889, através do médium Frederico Junior, da Sociedade Espírita Fraternidade, no Rio de Janeiro, começou a transmitir uma série de mensagens para os espíritas, chamando desesperadamente a atenção de todos para o porvir. Essas mensagens foram, então, enfeixadas pela Federação Espírita Brasileira num opúsculo com o nome de "Ditados de Allan Kardec",
para distribuição gratuita.
Dizia, portanto, essa mensagem - que hoje, através da FEB, está presente, dentre outras, na quadragésima edição do Livro "A Prece Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec - o seguinte: "Se o Evangelho não se tornar realmente em vossos espíritos um broquel, quem vos poderá socorrer, uma vez que a Revelação tende a absorver todas as consciências, emancipando o vosso século? Se o Evangelho nas vossas mãos apenas tem a serventia dos livros profanos, que deleitam a alma e encantam o pensamento, quem vos poderá socorrer no momento dessa revolução planetária que já se faz sentir, que
dará o domínio da Terra aos bons, preparados para o seu desenvolvimento, que ocasionará a transmigração dos obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?"

"Que será de vós?... Quem vos poderá socorrer - se à lâmpada de vosso Espírito, faltar o elemento de luz com que possais ver a chegada inesperada do Cristo (grifo do autor), testemunhando o valor dos bons e a fraqueza moral dos maus e dos ingratos?"

"Esses pontos do Evangelho de Jesus Cristo, apesar de Revelação, ainda não provocaram a vossa meditação?"

"Este eco que reboa por toda a atmosfera do vosso planeta, dizendo - os tempos são chegados! - será um gracejo dos enviados de Deus, com o fim de apavorar os vossos espíritos?"

Se o codificador, já desencarnado, referiu-se à chegada inesperado do Cristo ainda por acontecer, como podem os espíritas afirmar que Cristo não retornará porque o surgimento do espiritismo
já seria o retorno prometido?

Mas qual a relação de importância entre a questão extraterrestre e a volta de Jesus?