Conta a tradição que, na Índia antiga, existia um Guru que costumava se reunir com seus seguidores para orar e também para ajudar os mais necessitados que os procuravam. Assim procediam em todas as suas reuniões.
Ocorre que o Guru tinha um gato. Assim, sempre que todos se reuniam, o gato começava a se enroscar nas pernas dos que ali estavam presentes, perturbando a concentração. Diante do problema, o Guru decidiu amarrar o gato numa árvore. Dessa maneira, sempre que se reuniam para as meditações, amarravam o gato na árvore.
Passou-se o tempo. Morreu o Guru. Assume um outro em seu lugar, e continuava o gato amarrado na árvore. Morreu o gato. Como já estavam acostumados a se concentrar com o gato amarrado na árvore, preocuparam-se em arranjar outro. Passou-se o tempo. Morreu o gato. Arranjaram outro gato. Morreu o Guru, mas lá continuava o gato.
Muitos anos depois, essa seita estava discutindo somente os temas referentes ao tipo de gato sagrado que deveria estar amarrado na árvore; qual acorda sagrada com qual deveriam amarrar o gato? A raça do gato sagrado. Em qual tipo de árvore sagrada se deveria amarrar o gato sagrado etc.
Ou seja, tinham confundido completamente o essencial com o acessório. Não tinham tempo para receber os pobres, os miseráveis, para orar e meditar, porque o importante era discutir a cor do gato, tipo de corda etc.
Nos tempos atuais, o que fazem as religiões e o que discutem os seus aspectos?
Jan Val Ellam
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