15 novembro, 2005

3) Como tudo começou II

Tudo começou na juventude quando visualizou algumas de suas vidas passadas. Uma das quais, três homens crucificados no alto de um morro, mas não deu grande importância ou não soube dar importância ao que estava ocorrendo com ele. A partir daí, começou a se interessar por filmes romanos e com o tempo não sabia mais distinguir o que eram lembranças ou algum tipo de preparo dos seus mentores espirituais das histórias dos filmes que já tinha visto. Alguns anos se passam e na universidade forma um grupo de quatro pessoas para estudar fenômenos paranormais e ufológicos. No primeiro dia de reunião, na garagem da casa do pai de um deles, a luz apaga sozinha. Um se levanta para trocar a lâmpada. Mas logo depois a luz apaga novamente e assim se repete até que chega a vez de Rogério tentar reacendê-la. Enquanto sobe na mesa percebe que os outros três entram em transe. Tenta acordá-los e nada acontece. Apavorado, reza. De repente, um deles começa a falar que eles têm um trabalho importante a fazer nesta vida. Os outros acordam em momentos diferentes mas falando a mesma história. Com medo, o grupo nunca mais se reuniu. Cada um tomou um rumo na vida mas a amizade entre eles permaneceu. Oito anos mais tarde, em 1986, Rogério começa a perceber, a qualquer hora do dia ou da noite, entidades de outros níveis dimensionais: espíritos desencarnados e seres, que se diziam ser de outros planetas, mas com a missão de ajudar a Terra no seu processo de reintegração com o resto do universo. Essas entidades ou “amigos espirituais”, como Rogério viria a chamar depois, queriam que ele fosse o autor terreno dos livros pertinentes a todo esse processo. Rogério tinha consciência da seriedade do assunto mas não se convencia que devesse escrever livros. Por isso relutou com a justificativa de que não tinha nenhum talento para a escrita. Mas os anos se passam e fatos estranhos ligados a espiritualidade começam a rodear sua vida. Um deles aconteceu no velório do seu tio quando a amiga de uma prima se aproxima e lhe pede autorização para transmitir uma mensagem que os espíritos, naquele momento, queriam lhe passar. Ela pegou um caderno espiral e escreveu doze páginas. O conteúdo dizia que Rogério devia se preparar pois estava atrasado para o que ia acontecer e que precisava procurar uma orientação num centro espírita. Com uma formação católica, Rogério ainda levou algum tempo para se decidir a ir num centro pois precisava tomar coragem. Tomada a decisão, no momento em que entrou no salão foi logo “reconhecido” pelo médium que estava à frente da sessão. Ele pediu licença a todos que estavam ali para ter uma conversa em particular com o rapaz que acabara de chegar. Numa outra sala, o médium começa a incorporar uma entidade espiritual diante de Rogério. Ele morre de medo mas escuta com atenção. O médium diz que a única alternativa que a espiritualidade tinha para fazê-lo entender o quanto era importante que começasse a escrever os livros, seria liberando da sua mente espiritual, lembranças do passado para que pudesse traçar uma relação inteligente de causa e efeito, de passado e presente. Rogério passa então, a ter visões do passado e clarividência. E todos os domingos, sempre às onze horas da noite, começam a aparecer algumas luzes na sua sala que se transformavam ora em espíritos, ora em seres que se diziam ser de outros planetas. Aos poucos foi se acostumando com a presença dessas “figuras” e trocando informações com elas, até que o processo passasse a ser diário. Uma dessas entidades, que na época mais se aproximou de Rogério, pediu que comprasse alguns cadernos e enumerasse cada um deles. Foram adquiridos 37 cadernos. Depois, paginou cada caderno numa ordem decimal. E todos os dias após um dia normal de trabalho como qualquer cidadão, se preparava para ficar à disposição desses “amigos espirituais”. Nos primeiros dias começaram a colocar nomes nos cadernos. Depois escreviam as histórias sem uma ordem pré-estabelecida. Pediam, por exemplo, para pegar o caderno 29 e escrever na página 60 o que seria o quinto capítulo daquele livro. No dia seguinte escrevia o último capítulo do livro 17. Até que após uns cinco anos escrevendo, o primeiro livro ficou pronto e Rogério foi ler o que em tese teria escrito. Ali estava uma história com início, meio e fim. Para Rogério, o procedimento adotado por “eles” se devia, não só ao fato de estar sempre desconfiando de que esse tipo de trabalho não daria certo com ele, mas também para que tivesse o mínimo de humildade em perceber que não era ele o dono daquelas idéias ou das informações contidas nos cadernos. O sexto livro a ficar pronto recebeu o nome de Reintegração Cósmica e era o que devia primeiro ser publicado. Mas a “espiritualidade” novamente encontrou certa resistência por parte de Rogério. Outra vez “eles” tiveram que procurar um jeito de fazer com que mudasse de idéia. E como um véu que se rasga, Rogério teve acesso a uma de suas vidas passadas que mais constrangeu o seu espírito: a do centurião romano que há dois mil anos crucificou Jesus. De posse dessa informação teve acesso também a todas as sensações daquela época. Às dúvidas e aos questionamentos que fez a si mesmo no momento em que o corpo de Jesus estava pregado à cruz, bem a sua frente. Só a partir de então percebeu em seu íntimo o quanto os livros que estavam sendo escritos tinham o seu valor e a importância de torná-los públicos. Era preciso que todos soubessem que se ele, mesmo sendo aquele espírito que cometeu tamanha infelicidade, pode tempos depois ser utilizado para projetos mais nobilitantes, então qualquer pessoa também poderia.

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