Ao final de certa tarde, quando o Mestre descansava em casa de amigos juntamente com alguns familiares, percebeu que Lúcifer O aguardava em um campo próximo. Jesus retirando-se discretamente, dirigiu-se ao seu encontro. Lá chegando, Lúcifer em atitude respeitosa porém desafiadora, solicita-Lhe explicações quanto a Sua procedência e intenções. Lúcifer indagava, ainda atordoado pela pureza, mansidão e poder inerentes ao Mestre, sobre quem seria Ele, sobre Deus e se Ele (o Mestre) era emissário divino e desejava tomar-lhe o domínio da Terra, onde estavam os exércitos celestiais para dominá-lo, prendê-lo e a seus seguidores. O Mestre em atitude de respeito a tudo escutou e ao final disse simplesmente:
– “Irmão amado, vim abraçar-te, não te prender! A autoridade da qual me invisto repousa apenas no amor que trago comigo. Se investido da capacidade cósmica de acompanhar os meus irmãos em evolução, não usei de nenhuma postura que fugisse à Vontade Amorosa de Meu Pai, como posso agora, como simples homem mortal, render-me ao culto equivocado do domínio mental? Por quem sou, devo e posso apenas amar. Nada mais posso e, entre os que se amam, não há vitórias e derrotas. Acompanha, pois amado Lúcifer, o meu testemunho, porque me despi de tudo para nada poder, posto que aqui sou igual ou menos que qualquer um. Segue-me! Acompanha-me ao momento em que devo finalizar em mim mesmo um processo por ti iniciado. Honro o teu livre-arbítrio e postura pessoais. Honra-me da mesma forma, na condição de homem menor terrestre. O que faço, faço por amor. Faze tu o mesmo. Ama, em especial, aqueles que o seguiram, e honra-me no esforço de a todos abraçar como irmão cósmico”!
A Espiritualidade recebeu ordens do próprio Mestre para não interferir em nada.
A transfiguração nada mais foi do que uma tentativa das hostes celestes de impedirem o escandaloso sofrimento pelo qual o Mestre Jesus iria passar. Foi quase uma exceção em relação à interferência de ETs na vida planetária, mas Jesus não o permitiu.
No doloroso dia do Calvário, no ano 30 d.C., Lúcifer seguia de longe os passos de Jesus sabendo que Aquele homem tinha poder pessoal suficiente para se livrar de todos aqueles problemas que O levaram à brutal crucificação mas ainda não sabia que fosse a encarnação terrena do Seu ex-comandante.
Já na cruz, alguns instantes antes de expirar, o Mestre voltou suavemente os seus olhos para Lúcifer e dirigiu-lhe uma rápida mensagem em língua capelina. Somente ali naquele momento, Lúcifer compreendeu que Aquele que se deixara crucificar como o mais modesto e humilde dos seres, era na verdade o seu antigo comandante que tanto o amara.
Como que aniquilado diante de tanta vergonha que lhe ia no íntimo, Lúcifer rogou a Jesus o Seu perdão. E o Mestre, aconchegando junto a Si o corpo astral desfigurado de Lúcifer, elevou-se em direção às Suas hostes celestes.
Lúcifer não sossegará enquanto um só daqueles que o seguiram estiver em situação espiritual semelhante às trevas. Foi essa a promessa feita e que deverá ser cumprida sob a orientação das forças de Luz.
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