31 maio, 2006

35) O DOMÍNIO DAS EMOÇÕES (Jan Val Ellam)

O corpo físico quando não encontra um chão para pisar, ele sente-se em desequilíbrio. Fica ansioso, temeroso, desconfortável. Da mesma forma, o nosso ego, o nosso “eu” quando não se posiciona, quando não se encontra bem posicionado ante os fatos da vida, quando diversos fatos ao nosso redor parecem nos complicar mais e mais, quando em fim, perdemos o chão para pisar, a nossa psicologia existencial, o nosso ego, entra em desequilíbrio.

Ao entrar em desequilíbrio, um problema muito sério ocorre. Porque a cada sensação, a cada emoção que temos, - os nossos corpos físicos quando aí na terra estamos são compostos por um número incontável de células - cada pequena célula dessa, é uma espécie de usina que a todo instante, conforme surgem as emoções e estas dominam o nosso corpo, estas células através das suas usinas, as mitocôndrias , começam a produzir hormônios de diversos tipos.

Quando em um momento de susto por exemplo, quando em algum momento um susto violento nos acomete, num milésimo de um segundo no nosso tempo, todas as células do vosso corpo comandado pelo vosso cérebro, já que foi este que detectou o susto, estas produzem por exemplo a adrenalina e toda a vossa corrente sangüínea se enche de adrenalina para tornar o corpo habilitado a escapar ou a enfrentar aquela situação de susto. Entretanto, seja um susto real ou imaginário, seja uma coisa perigosa ou um simples produto de uma mente pouco vigilante, o susto é o mesmo, a ordem é a mesma e os corpos ficam cheios de adrenalina.

Quando em situação de estresse, de desequilíbrio, o nosso organismo começa a produzir cortisol, por exemplo, um tipo de hormônio, lá vem também outra confusão na corrente sangüínea, em fim, qualquer sensação no campo da psico-sexualidade, também, o corpo aí responde produzindo uma série de hormônios, quando na hora da alimentação a cada garfada ou colherada que se leva a boca os correspondentes sucos gástricos e outros, enzimas, fermentos, etc., são produzidos pelo corpo físico para trabalhar o alimento que chegou ao intestino.

Em resumo: A cada emoção, a cada sensação, a cada sentimento, que sentis, o vosso corpo imediatamente responderá com a conseqüente produção química e esta produção química, ficará viajando na corrente sangüínea dos vossos corpos.

Agora imaginemos alguém que todo dia tem raiva, susto, tristeza e ansiedade. Todo dia o organismo desta pessoa dessa mente, estará produzindo a todo instante um caldo químico que deixará no corpo um permanente estado de ansiedade, de inquietação, de desequilíbrio, etc, etc.

Quando assim ocorre, ou seja quando a mente, a psicologia da pessoa é tendente a se deixar dominar por emoções complicadas, desequilibra-se psicologicamente, ao se desequilibrar psicologicamente, o corpo entra em sintonia com este desequilíbrio e passa também a se desequilibrar por uma desnecessária produção de uma sopa química que não lhe fará bem a saúde.

Assim, ficam doentes tanto a organização espiritual, quanto o corpo da individualidade. O desequilíbrio impera. Este problema, acomete a muita gente, e o pior, sempre que uma opinião nossa não é aceita, sempre que um desejo nosso não é atendido, sempre que problemas ocorrem, estas situações causam em nós o despertar de certas emoções e essas emoções provocam no nosso corpo essa produção química. Aí o que fazemos? Compramos remédios.

Remédios e mais remédios para que essa produção química do corpo possa ser re-equilibrada ou suavizada por um determinado tempo. Entretanto estes remédios atacam a conseqüência do problema e não a causa.

Em resumo, os vossos guias espirituais pedem a vossa atenção para o domínio das emoções. A soberania espiritual de cada ser, passa necessariamente pelo controle das emoções. Porque em controlando as emoções, estamos controlando a saúde do nosso corpo, a nossa psicologia se torna suave, vivemos de forma ampla, pacífica e produtiva.

Portanto, a mensagem é simples. Cuidai das vossas emoções, administrais as vossas emoções, porque estas marcam indelevelmente no nosso corpo físico e também no nosso espírito o que fomos.

Se estas emoções são deseducadas, no campo do ódio, do desamor, da inveja, do ciúme, da vontade de dominar, se não conseguimos perdoar, se a nossa ambição é desmedida, se os nossos orgulhos e vaidades são incomensuráveis, etc, etc. Tudo isso que todo mundo tem, mais se não for devidamente administrado pelo livre arbítrio do espírito encarnado, esse conjunto de emoções complicadíssimas provocará uma situação não menos complicada no corpo e na psicologia, no temperamento e na personalidade da pessoa.

Cuidai portanto das vossas emoções, não permitais que a tristeza vos domine, Jesus dizia: “Filhos e filhas do meu coração, tende bom ânimo sempre”. Porque o bom ânimo é uma emoção de tal porte positiva, que controla o corpo e a nossa expansão magnética e luminosa do nosso espírito e mesmo diante dos problemas ali estaremos perfilados de forma pacífica porém produtiva porque firme na fé. Não fé sinônimo de crença, mais fé sinônimo de convicção profunda daquilo que queremos, daquilo que precisamos realizar na vida, e o que precisamos realizar na vida se não amealhar nos nossos próprios corações e nos corações daqueles que nos rodeiam sentimentos de paz, de ternura de compreensão, de tolerância e de perdão, porque este é o único tesouro que daí carregamos para cá.

Sejais pois ricos quando aqui chegardes, ricos na semeadura destes sentimentos.

É mais fácil explodir, é mais fácil as vezes reagir aos erros alheios com essas emoções negativas. O difícil é o autocontrole, o difícil é sorrir mesmo quando alguém nos ataca, quando alguém nos destrói.
Mas o trabalho é este, a tarefa redentora é esta. Que sejamos todos em especial vós que na carne estais, caminhantes que jamais se detém na busca do alto conhecimento e na prática da tolerância, da compreensão e da caridade.

Até uma outra oportunidade, com a permissão dos nossos Mestres espirituais.


Jan Val Ellam

24 maio, 2006

34) A NATUREZA DO CORPO DE JESUS (Jan Val Ellam)

Pergunta – Qual era a natureza do corpo de Jesus? Era um corpo de carne e ossos, como o nosso, ou era de natureza diferente? Pergunto por causa da tese do “corpo fluídico” de Jesus, trazida nos Evangelhos de Roustaing, com a qual tendo a concordar, porque é difícil para mim aceitar que um espírito situado em tão elevado grau na escala evolutiva possa ter ocupado um corpo semelhante ao nosso, com tantas necessidades animais a satisfazer.

Jan Val Ellam – Informam os mentores que, de fato, por meio de processos julgados naturais, normais, não pode o princípio ativo existencial, ou seja, uma alma, um espírito, retrogradar. Nesse sentido, não pode um espírito na condição humana, por exemplo, reencarnar como macaco, como formiga. Seguindo na mesma linha de raciocínio, não poderia um espírito de escol encarnar num corpo animal como o que serve de guarida às almas que vivem na condição humana. Ainda assim, o estranho é que a maior Autoridade Celeste desta parte do cosmos assim tenha feito.

Não há, no vocabulário terreno – continuam os amigos espirituais a informar – como expressar o que, voluntariamente, essa autoridade excelsa fez. Em palavras pobres e distorcidas, seria como se um ser humano, por insistente postura amorosa em relação às formigas, voluntariamente desenvolvesse técnicas específicas de cirurgia para retirar de seu corpo espiritual um sem-número de órgãos, de modo que seu espírito pudesse diminuir-se ao ponto de ter um quantum vibratório semelhante ao das “alminhas” das formigas, e, assim, poder “encarnar” entre elas.
Aqui, chegamos a um ponto em que, para irmos adiante na resposta, é importante que seja percebido, antes de mais nada, como um espírito encarna.

No que diz respeito à média da humanidade encarnada, nas chamadas encarnações programadas – pois há outras que não o são – o espírito, quando vai encarnar, reúne-se com seus afins – e aqui nos referimos a espíritos de porte evolutivo semelhante ao nosso – nos ambientes espirituais. Nessa reunião se fazem presentes aqueles que já foram seus pais, mães, filhos, filhas, cônjuge e amigos, além dos guias espirituais, mentores daquela família espiritual e daquela alma que vai reencarnar.

Tem início, então, um profundo levantamento, dentro de um processo tecnológico existente na espiritualidade que, se comparado com o que nós dispomos aqui na Terra, seria semelhante a uma listagem de computador, onde, no primeiro momento aparecem todos os méritos, todas as conquistas, todos os créditos espirituais que esse espírito tem.

Numa outra lista apareceriam os deméritos, os problemas criados nas muitas vidas: os carmas a serem saldados diante da própria consciência, como também os decorrentes da Lei de Causa e Efeito.

Uma terceira lista relaciona possíveis espíritos afins que aceitariam encarnar próximos ao indivíduo, como pai, mãe, irmãos, parentes e amigos.

Finalmente, uma quarta relação lista espíritos que não nutrem qualquer tipo de sentimento positivo em relação àquele que vai encarnar, muito antes pelo contrário. Se, por acaso, no programa encarnatório dessa individualidade que irá encarnar, ela tenha o azar de encontrar espíritos que não gostem de si, ainda que seu cérebro físico não perceba a sensação ou o impulso da mente espiritual de um espírito que lhe tenha ódio, sempre lhe “vão sobrar” situações complicadas.

Nesse sentido, com base em todas estas informações das últimas vidas, uma espécie de resultante genética espiritual cármica é produzida. Depois, se encontra quem queira ser seus pais, o que, para o espírito que vai encarnar nem sempre é fácil.

Cerca de três horas após a relação sexual havida entre os futuros papai e mamãe, quando milhões de espermatozóides estiverem transitando na trompa de falópio da mãe, aproxima-se uma equipe espiritual trazendo consigo o espírito que irá encarnar, já diminuído vibratoriamente a um ponto tal em que esteja inconsciente, sem postura ativa na mente, de modo a não interferir no processo de imantação ao novo corpo carnal.

Essa equipe espiritual se aproxima, então, da futura mãe e, em função das codificações genética e cármica decorrentes dos méritos e deméritos do espírito que irá encarnar, um técnico da espiritualidade, com uma espécie de “visão de raio X”, identifica, entre os milhões de espermatozóides que estão nadando na trompa de falópio da mãe, quais têm carga genética compatível com o código genético do seu merecimento cármico. Assim que é identificado, esse espermatozóide recebe uma espécie de “passe” espiritual energético, vibratório, dessa equipe e, por nadar mais rápido e por ser o mais forte, é o que fecunda o óvulo. No momento em que ocorre a fecundação, e isso a ciência atual já conseguiu perceber, ocorre uma espécie de “explosão magnética”. É nesse momento que a equipe técnica “imanta” a alma do espírito que vai encarnar ao óvulo fecundado. A partir desse momento, já existe vida.

A questão é que essa Autoridade Celeste decidiu diminuir-se ao ponto de Lhe ser possível nascer incondicionalmente entre os homens, isto é, igual aos demais, e, nessa condição, poder mostrar que é possível viver como Deus o faria se por aqui estivesse “andando”. Ante essa decisão, os seus próprios assessores Lhe argumentaram não ser viável Seu propósito, pois, como Ele próprio sabia, não seria possível a uma alma de escol, alguém que é unificado ao próprio Pai Celestial, diminuir-se tanto, de modo a ser imantado a um corpo primitivo, material, animal, como o que caracteriza o ser humano.

Contudo, esse Ser insistiu na possibilidade de se desenvolver um projeto, um procedimento tecnológico qualquer no campo clínico, que Lhe permitisse aqui poder encarnar, ainda que Se submetendo aos riscos implícitos à ousadia de Se sujeitar aos procedimentos de vanguarda criados, uma vez que nunca no universo – afirmam os mentores – um espírito de escol havia se proposto a tamanho risco.

Seus assessores apontaram-Lhe, então, que, das quase duas dezenas e meia de bilhões de almas, de espíritos exilados e renegados de outrora, que se encontravam agrupados nas esferas espirituais do orbe terrestre, apenas uma já estava plenamente evoluída, reunindo, portanto, as condições de, caso encarnada na polaridade feminina, receber uma espécie de inseminação artificial cósmica. Ainda assim, esse procedimento Lhe traria graves riscos.

Fato é que, na medida em que se configurou a possibilidade da Sua encanação na Terra, essa Autoridade Celeste começou, voluntariamente, a se mutilar, sendo essa palavra, dentre as que existem no vocabulário terreno, a que mais se aproxima da descrição do ocorrido.

Assim, esse Ser – e aqui, a palavra sofrimento talvez não seja a mais correta, seria também a que mais se aproxima – teve que passar por uma série de sofrimentos incomensuráveis, indescritíveis nas palavras terrenas, para Se diminuir ao ponto de “caber” em uma cápsula jamais anteriormente produzida, numa espécie de procedimento de vanguarda. Através de um processo complicadíssimo, esse Ser Se inseriu, Se imantou, ou foi inserido, imantado, acomodado – sabe-se lá a palavra que devemos usar – a essa cápsula. Foi então que Maria, ainda em idade quase juvenil, virgem ainda, foi inseminada artificialmente.

Toda essa operação, toda essa logística, foi feita por insistente “teimosia” desse Ser que, na Terra, ficou conhecido como Jesus. Não houve nenhum problema que impedisse relações sexuais entre Maria e José depois que Jesus nasceu, tanto que eles tiveram outros filhos. Era necessário sim, para que um ser de escol aqui pudesse vir, que o espírito de Maria não estivesse ainda impregnado pela energia de qualquer outro filho ou filha que por ela tivesse nascido, uma vez que isso impediria a operação “nascimento de Jesus”, ou aumentaria o risco dos possíveis problemas.

Maria foi assistida tanto nos últimos tempos antes da sua concepção como durante a gestação de Jesus, e apesar disso, ocorreram problemas que jamais passaram às páginas do evangelho.

Mas o importante é que seja percebido que a idéia contida nos evangelhos do nosso irmão Roustaing e em outras obras derivadas do seu pensamento, é que Jesus teria encarnado com uma “espécie de corpo” diferente do nosso.

Filosoficamente, está explícito que seria uma hipocrisia alguém na Sua condição excelsa ficar fingindo dores, sofrimentos, que não teve. Se nem mesmo seres menos qualificados do que Jesus à luz da evolução cósmica se prestariam a esse tipo de comportamento, que não é condizente com o de um ser minimamente evoluído, quanto mais o espírito que representa o Pai Celestial.

De fato toda essa discussão é muito positiva, e tudo o que se fale, se pense, se questione, se estude a respeito de Jesus ainda é pouco, diante do muito pouco que tanto vós com nós, aqui na espiritualidade, conseguimos saber a Seu respeito, porque Seus próprios assessores, que conviveram, convivem e irão conviver com Ele muito tempo, conseguiram compreender até os dias atuais, nem mesmo os mais próximos, todas as questões, todas as circunstâncias desse episódio por eles vivido.

É importante, também, que seja observado o seguinte aspecto: No nosso mundo, as autoridades são eleitas, mediante procedimentos que conhecemos, e não há muita diferença quando uma sai e outra ocupa seu lugar. Tudo continua do mesmo jeito, melhora um pouco, piora um pouco, mas não se sai de certo nível das potencialidades humanas.

Mas, sobre a perspectiva das autoridades cósmicas, não é assim que “funciona”. Quanto menos evoluído é o ser, mais tecnologia ele precisa para poder potencializar e dispensar suas possibilidades. Entretanto, quanto mais evoluído é o ser, mais simples as coisas se tornam e menos necessita ele de alguma coisa além da própria mente espiritual. O Pai, expressão maior do que se pode entender da perfeição do misterioso e amoroso projeto de criação, simplesmente cria por si mesmo, como o princípio belo cria a beleza.

O Pai Celestial, como princípio que tudo criou, não utilizou tecnologia, posto que desnecessário.
Assim, as autoridades cósmicas têm assentadas nas suas expressões mentais os pilares de sustentação do universo. Eles trabalham incessantemente. No momento em que um quase-Deus, como essa Autoridade Celeste que na Terra ficou conhecido como Jesus, começa a Se desconstituir, a Se diminuir, Ele deixa de vibrar como sendo foco de sustentação de parte da criação e de todos os seres que Lhe estão subordinados por um decreto amoroso do Pai Celestial. Quando isso acontece, quando um ser com Ele Se desativa, não há quem O substitua, até porque, do mesmo modo que não existem dois seres iguais na Terra, com o mesmo rosto e a mesma impressão digital, no cosmos também não há dois “Jesus” iguais. Existem, sim, muitos filhos diletos do Pai unificados a Ele, mas cada um com suas características, sendo isso uma das grandes maravilhas de potencial de criação do Pai.

Uma vez que ninguém O poderia substituir, antes de sair de Sua condição de Pastor Cósmico para encarnar aqui, este Ser criou um outro procedimento, do qual não vamos falar aqui, para que, durante o rápido tempo de Sua vida na Terra, as “coisas” não decaíssem de vez nesta parte do cosmos.

E ainda hoje é motivo de estudo, pelos mais aprofundados pesquisadores da personalidade de Jesus, o fato de que haveria Ele antecipado a sua morte. O certo é que, por essa época, de tudo o que Ele dizia ninguém mais compreendia coisa alguma, pois já havia dito tudo o que poderia ser dito e compreendido.

Assim, Ele, quando entrou em Jerusalém, o fez para de lá não mais sair com seu corpo carnal. Por isso, Ele disse a Judas que fizesse logo “o que tinha que fazer”, posto que, mesmo na condição humana, sabia de outras tantas ovelhas do seu rebanho cósmico completamente “apavoradas”, perdoem a expressão pobre, pelo fato de alguém do Seu porte estar na Terra em corpo carnal e submetido a todo tipo de violência. E mais ainda: que Ele fatalmente morreria de forma violenta.

E se, na hora de sua morte violenta, Ele tivesse uma “raivinha”, um instante de ódio que durasse um segundo só?

Um espírito de escol, se vibrar negativamente, com ódio, talvez gere em si próprio uma espécie de câncer para o qual não há remédio nem cura na medicina cósmica. Os assessores de Jesus estavam, literalmente, como já dito, “apavorados” com o que Lhe poderia acontecer quando estivesse cravado na cruz, o corpo sofrendo dores indescritíveis. Pois ainda assim Este nosso irmão amou. Até mesmo no pior momento, Ele ainda expressou ternura e pediu que o Pai Celestial perdoasse aqueles que estavam fazendo aquela loucura.

Ninguém imagina a quantidade de naves que estavam próximas da Terra quando a assessoria do Mestre avisou, no circuito de certa “TV Globo” do cosmos, que o Mestre iria levar até o fim o Seu sacrifício. De quase todos os mundos evoluídos, e são milhares deles nesta parte do cosmos, vieram naves para ajudar a fazer alguma coisa, ou apenas para presenciar algo inusitado. E ninguém imagina o que ocorreu quando esse Espírito de Escol desencarnou, deixando o corpo como um Vencedor. Não há vocábulos terrenos, não há livros terrenos, não há homenagens terrenas, não há como se possa relatar o que os olhos humanos não viram naquele instante. Talvez daqui a alguns milênios alguém possa contar essa história.
Fato é que, na premissa da pergunta, de fato, tecnicamente não é possível um espírito de escol imantar a sua alma ao corpo vibratório físico animal, primitivo como o terreno. Mas Ele o fez.

Pena que, dois mil anos depois, ninguém estude isso a sério. Pena que, dois mil anos depois, nós discutimos tudo a respeito de Jesus, menos o que mais Ele se preocupou em deixar como reflexão para nós, que é a atitude amorosa que deveríamos ter.

Existem segmentos do espiritismo, do catolicismo, do protestantismo, das religiões que nasceram a partir do Seu legado, que discutem todo tipo de bobagem, mas ninguém se preocupa em testemunhar o Amor Fraternal que Ele nos ensinou. Pena que, depois de tanto tempo que tivemos para estudar o Seu legado, ainda não levamos Jesus a sério.

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23 maio, 2006

33) Antes de crer, compreender (Jan Val Ellam)

Durante muito tempo existiu o pensamento dominante que afirmava ser impossível ao cérebro adulto de um ser humano criar novos neurônios, sendo, portanto, o processo de envelhecimento celular que caracteriza a “idade madura” sinônimo de perda de inteligência ou, por outras palavras, a diminuição da capacidade de discernir, pensar etc.

A idade adulta traria, inevitavelmente, conforme a opinião reinante, a incapacidade cerebral de produzir bem, já que não se podia substituir os neurônios que iam “morrendo com o avançar da idade”.

Por volta de 1970, esse tabu começou a “cair por terra”, quando a ciência descobriu que em ratos adultos era possível a criação de novas células cerebrais. Assim, a neurogenese foi descoberta e, a partir dos seus postulados e de novas pesquisas, em 1988, verificou-se o mesmo em macacos adultos. Por fim, em 1998, percebeu-se que também nos seres humanos a neurogenese era possível.

No início de 1999, cientistas da Universidade de Princeton, de New Jersey, nos Estados Unidos, começaram a fornecer os primeiros indícios que comprovam a capacidade do cérebro humano de um adulto em criar novos neurônios através do esforço cerebral e também por meio de exercícios físicos.

Assim, o esforço cerebral só se dá quando questionamos, estudamos, pesquisamos, analisamos criteriosamente temas do nosso interesse, porque apenas estes nos permitem a devida postura no campo da concentração.

Quando não nos esforçamos, através de uma reflexão produtiva e persistente, não há atividade cerebral suficiente para que ocorra o processo de neurogenese.

Algumas religiões persistem em exigir dos seus seguidores a aceitação absoluta quanto às “verdades” que lhes caracterizam o conjunto das suas crenças e impedem qualquer tipo de questionabilidade. Na verdade, muitos hereges perderam a vida por terem questionados certos dogmas. Só é aceitável a crença, a dúvida jamais.

A crença, em si mesma, é uma postura íntima que pode levar a um certo comodismo que, por sua vez, produz a inércia mental, já que o cérebro se esforça pouco na pesquisa de uma nova aprendizagem. Dessa maneira, não há exercício cerebral e, não havendo o esforço da mente, sabe-se hoje que a neurogenese não ocorre.

Pode-se, então, concluir que a crença, da forma como é praticada na Terra, não faz bem à inteligência, já que não direciona o cérebro para a criação de novas sinapses – ligações nervosas entre os neurônios – que habilitam cada vez mais a inteligência humana na rota evolutiva.

Se não encararmos a nossa fé de forma racional, corremos o risco de transformar o nosso cérebro num instrumento decadente de percepção do mundo em que vivemos. Não foi por menos que a codificação espírita chamava a atenção de todos, já no século XIX, para o fato de que “antes de crer, era necessário compreender”.

O que pensar a respeito das posturas religiosas que, numa espécie de anacronismo perpétuo, defendem a crença fanática nos dogmas religiosos, impedindo todo e qualquer raciocínio? Será que, à luz do que hoje se conhece, é benéfico para a nossa inteligência submetermo-nos a qualquer tipo de credo que nos impõe a estagnação cerebral?

Com a resposta, a inteligência de cada um.

Jan Val Ellam

14 maio, 2006

32) REVELAÇÃO CÓSMICA - Parte final (Jan Val Ellam)

FONTE: REVISTA UFO 103

Assim, por não termos ainda a necessária habilidade de aplicar os nossos espíritos na arte do bem e também por não conseguirmos perceber o óbvio, costumamos esquecer de observar que, por meio de comunicações mediúnicas ou canalizadas, a condição humana não nos permitirá maiores certezas na identificação de coisa alguma nesse sentido pois que nesse contexto existe o inevitável fator da imperfeição do ser terráqueo. Deveríamos ter, portanto, a humildade necessária para sabermos lidar com processos que se encontram fora do alcance da que podemos ao certo perceber. E mais ainda: percebermos o sentido óbvio de que o processo de canalização é somente uma etapa, algo arriscada, do processo evolutivo, enquanto ainda não estivermos habilitados a lidar diretamente com espíritos desencarnados e seres de outros mundos.

Nos dias atuais, foi fartamente veiculado pela imprensa que o amado Chico Xavier teria afirmado em vida que suas possíveis mensagens, após o seu desencarne, deveriam estar envolvidas em uma espécie de código identificador somente conhecido por três pessoas da sua intimidade. Desculpem, mas isso é uma afronta à memória de Chico, por cuja grandeza espiritual, jamais derrogaria o mais simples dos preceitos observados pelos Espíritos Codificadores e expressamente ressaltado por Kardec: que as mensagens vindas do outro lado da vida não deveriam ter as suas marcas de possível autenticidade grafadas pelo nome do autor mas sim pelo conteúdo das mesmas. Os Espíritos Codificadores agiram dessa maneira por um motivo óbvio: na condição humana é simplesmente impossível se determinar se a "autoria intelectual" é de tal ou qual individualidade. Este é o preceito mais precioso da prudência no campo das comunicações interdimensionais. E seria exatamente Chico que iria ferir, depois da obra magnífica que realizou, tão comezinho principio da lógica espiritual?

Devemos todos, independente de outras questões, procurar beber de todas as fontes cristalinas que matam a sede de saber que nos move o íntimo. A Doutrina Espírita é uma dessas fontes, a mais moderna e talvez a mais rica já fecundada neste mundo. Por que não estudá-la, mesmo que certos segmentos do espiritismo pretendam patrulhar esse acesso, na pretensão de transformar o leitor da mesma em espírita, o que é um profundo e lamentável equívoco?! O acervo de informações das doutrinas budista, espírita-cristã, taoísta e de todas mais, pertencem à humanidade e não aos seguidores desse ou daquele movimento.

Concluindo, obrigamo-nos a repetir que é sempre temeroso dar-se por sabido o que ainda precisa ser descoberto pelos padrões do que pode ser considerado como “verdade” na condição humana. E no que se refere a espíritos e extraterrestres, esta humanidade ainda precisa galgar muitos degraus de uma escada evolutiva na qual, a cada patamar que se alcança, permite que se possa vislumbrar um horizonte ainda mais amplo de observação.

Talvez falte humildade intelectual onde sobra sinceridade de propósitos em todos nós que buscamos o progresso espiritual.

No que me toca observar, e isso é somente um testemunho passível de equívocos comuns à frágil percepção espiritual que me caracteriza a busca evolutiva, esses dois contextos, a saber, o espiritual e o cósmico (extraterreno), respondem pelas duas componentes que servem de pilares para a vida na Terra e que nos fornecem as respostas para as inquietantes indagações da nossa filosofia existencial: quem somos?; de onde viemos?; o que estamos neste mundo?; qual o sentido da vida?; qual a função do ser humano diante da existência?

Precisamos estudar e compreender esses dois contextos que envolvem a vida na Terra para que nos seja então possível entender a nossa situação neste mundo, fruto exatamente da interseção dessas duas hostes existenciais.

Tudo o que precisamos é que os espíritas e os ufólogos tenham o devido bom-senso para não disputarem a propriedade de um tema que a ninguém pertence ou, sob outra perspectiva de análise, pertence a todos nós, que é o exercício pleno da cidadania cósmica que qualquer individualidade expressa pelo simples fato de existir em algum recanto deste majestoso universo (provável conjunto de muitos universos e dimensões).
E que possamos, no caso da Terra, ter a liberdade de nos expressarmos livremente ma busca da “verdade”, sem maiores preocupações com rótulos transitórios. Afinal, na condição humana, o que podemos saber ao certo, a não ser a importância do "amai-vos uns aos outros", pois independente de existirem espíritos e extraterrestres, se nos amássemos verdadeiramente, a Terra seria o próprio paraíso. Ao contrário, mesmo existindo outras tantas humanidades celestes e espirituais, enquanto não aprendermos a amar uns aos outros, a vida na Terra será sempre o caos já conhecido, mesmo que sejamos doutores em ufologia, espiritismo e outras matérias. E não será nenhum espírito ou extraterrestre que virá fazer pelos terráqueos, o que estes precisam de fato aprender a realizar: desenvolver em si mesmos a habilidade para amar ao próximo e para dignificar e honrar a vida, seja ela em que nível for e em qualquer morada cósmica.

J. V. Ellam

31) REVELAÇÃO CÓSMICA Parte 7 (Jan Val Ellam)

FONTE:REVISTA UFO 103

Afinal, por que recorrer à Revelação Espiritual ocorrida na segunda metade do século XIX para pretender afirmar a existência de seres extraterrenos? Por que buscar nas informações dadas pelos Espíritos as notícias das muitas humanidades celestes? Por que, dirão os que acham que é misturar o que não dever ser misturado, recorrer ao Espiritismo para afirmar a Ufologia?

A Ufologia precisa disso?

Óbvio que não! Mesmo sem esses esclarecimentos, os fatos que anunciam o porvir planetário, em possível comunhão com outras humanidades celestes, já estão postos e continuam em curso pois que a fenomenologia ufológica nada mais seria, sob esta ótica, do que os primeiros momentos de um novo tempo para o nosso berço planetário e está ocorrendo e ocorrerá independente de tudo mais – inclusive da opinião de algumas poucas autoridades religiosas. Porém, qual o problema se já existirem algumas elucidações disponíveis, dadas por avançadas inteligências espirituais que, de onde se encontram, parecem ter informações privilegiadas sobre a questão?

Independente de percebermos o processo em curso, o que parece estar em jogo é o fato de as "revelações" ocorrerem na medida em que os encarnados possam apreender o seu conteúdo, valendo-se desses esclarecimentos para poderem evoluir, afastando-se da ignorância que é o maior entrave à liberdade e ao progresso do ser cósmico, esteja ele evoluindo onde estiver. Contudo, diferente da Revelação Espiritual que teve Espíritos comunicantes e o codificador terreno na pessoa de Kardec, a Revelação Cósmica não se dará por obra de nenhum terráqueo - apesar de todos poderem participar do processo, pois que o mesmo será progressivo e deverá ocupar o trabalho de gerações - mas sim, através da convivência clara e objetiva com os nossos irmãos cósmicos que já se preparam para os primeiros momentos dessa nova etapa evolutiva. Mas, enquanto isso não se der, somente nos resta a percepção do que nos pode ser dado pela nobre e correta interpretação dos fatos e não pelas crenças ou opiniões pessoais, como é o caso do presente artigo que pretende apenas semear reflexão em torno do tema.

Caminhamos até aqui para afirmar que, conforme entendemos, a única verdade da Ufologia é que algo muito sério está ocorrendo e, seja lá o que for, não é produto desta humanidade. Além dessa assertiva é a verdade presumível, partindo-se da premissa de que filosoficamente pode-se perceber o sentido do que é óbvio, em termos de realidade, apesar de ainda não provada pelos sentidos perceptivos do cérebro humano, de que, pelo que se pode depreender do nosso contexto histórico, esse fenômeno que parece ser tão antigo quanto a história desta humanidade, é promovido por inteligências outras que não as terrenas. Mais que isso não se pode no momento ser afirmado como sendo verdade e verdade presumível, pelo menos na ótica deste escrevente. Quanto às desagregações entre os diversos segmentos da ufologia, que sejam tidas como aspectos da nossa própria incapacidade de agir de maneira diferente, o que não impede o progresso da busca, das idéias e dos ideais. Afinal, cada pessoa tem as suas próprias conclusões quanto ao que é óbvio e se julga dotada de profundo bom-senso.

Quanto a essa matéria, o genial filósofo francês René Descartes, já havia registrado em um dos seus livros, “Discurso do Método”, que “O bom senso é, das coisas do mundo, a mais bem dividida, pois cada qual julga estar tão bem dotado dele, que mesmo os mais difíceis de contentar-se em outras coisas não costumam desejar tê-lo mais do que já têm. E não é verossímil que todos se enganem a esse respeito; pelo contrário, isso evidencia que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, isto é, o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens. A diversidade das nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os outros, mas tão-somente em razão de conduzirmos o nosso pensamento por diferentes caminhos e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não basta ter o espírito bom: o essencial é aplicá-lo bem.”

30)REVELAÇÃO CÓSMICA - A REVELAÇÃO ESPIRITUAL - Parte 6 - (JAN VAL ELLAM)

FONTE: REVISTA UFO 103

Preocupado em ofertar a melhor possibilidade de compreensão diante do assunto novo, e por força de sua experiência como professor, Kardec preocupou-se em dividir de forma didática o Livro dos Espíritos em quatro partes: As Causas Primeiras, Mundo dos Espíritos, As Leis Morais e Esperanças e Consolações.

Na segunda parte, denominada Mundo dos Espíritos, no seu capítulo IV, Pluralidade das Existências, na pergunta 172 é questionado aos espíritos se “Nossas diferentes existências corporais se passam todas sobre a Terra?”, ao que eles responderam: “Não, não todas, mas nos diferentes mundos; a que passamos neste globo não é a primeira, nem a última e é uma das mais materiais e das mais distanciadas da perfeição.”

Muitas vezes, ao analisar as perguntas que haviam sido formuladas aos espíritos codificadores e as respectivas respostas obtidas, Kardec defrontou-se com as limitações psíquicas da própria época em que viveu. Contudo, algumas questões deixavam tão óbvias as conclusões que, por mais distantes do senso comum que por ventura pudessem se encontrar, eram-lhe motivo de muito estudo reflexivo sobre os temas envolvidos.

Um das que mais lhe marcou a sobriedade de análise, foi exatamente a resposta dada pelos espíritos, de que, a existência corporal que estávamos tendo na Terra não era, nem a primeira nem a última, donde se depreende que, ou todos, ou alguns dos que vivem na Terra, já “viveram”, ou seja, haviam tido existências corporais em outros mundos, e que ainda iriam viver em outros planetas em um tempo futuro.

Se dúvida houvesse, a resposta dada na pergunta 173, “...já vivestes em outros mundos e sobre a Terra”, ajudaria a dissipá-las. Também, e de forma inequívoca, servindo para encerrar de vez, qualquer questionamento sobre o fato dos espíritos estarem afirmando, claramente, que existia vida corpórea, encarnada, em mundos que não o terrestre, e por conseguinte, extraterrestres, na pergunta 181, Kardec quis saber se "Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?", ao que os espíritos responderam que "É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso que assinala a diferença entre os mundos que temos que percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai,…"

Observemos que Kardec não perguntou “os espíritos”, mas sim, “os seres” pois que na sua percepção já havia a distinção entre os conceitos de espírito (desencarnado ou encarnado no contexto do orbe terreno) e de seres (espíritos encarnados em outras realidades planetárias).

No entanto, ultrapassada qualquer hesitação sobre a existência desse outro contexto "celeste", Kardec tocou, ainda que levemente, a questão do possível intercâmbio no campo da troca de conhecimentos entre as diferentes humanidades, ao esboçar a pergunta 182 sobre se "Podemos conhecer com exatidão o estado físico e moral dos diferentes mundos?" tendo, os Espíritos, aclarado que "Nós, os Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais; quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estariam em condições de compreendê-las, e isso os perturbaria". Ficava assim claro, que de acordo com os conhecimentos terrenos da época, não poderia ser dito muito mais.

Apesar de tudo, prudente, achou melhor publicar o Livro dos Espíritos sem aprofundar de forma mais explícita, a questão extraterrestre. A seu juízo, a simples menção da novidade sobre um contexto espiritual ainda por ser entendido pela humanidade já seria dificilmente aceito pelos valores religiosos e filosóficos vigentes, quanto mais se a este fossem também agregadas às noções de um outro contexto ainda mais amplo.

Assim, equivocam-se alguns no movimento espírita que afirmam que essa questão fere a pureza doutrinária do espiritismo porque envolve o fator extraterrestre, o que também, segundo os mesmos, jamais foi abordado por Allan Kardec. Novamente o equívoco cuja base intelectual de apoio não encontra respaldo na obra e nem da vida do codificador. Não devem ter lido Kardec. Se o fizeram, não entenderam o essencial da sua mensagem.

Para os que acham que a questão extraterrestre fere a chamada pureza doutrinária, ou coisa do gênero, afirmando que em centro espírita kardecista comunicação de supostos ETs não entra, seria aconselhável recordar o que certo personagem disse em seu discurso de despedida, ao lado do túmulo do amigo recém-desencarnado, com quem se acostumara a conversar.

“Que importa que joguem sobre este gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema aqueles, cuja vista é turvada pelo orgulho ou por preconceitos, que os impedem de compreender os ansiosos desejos do nosso pensamento ávido de conhecer; mais alto elevaremos as nossas contemplações!”

“Tu foste o primeiro, mestre e amigo! Foste o primeiro que, desde os meus primeiros passos na carreira astronômica, testemunhaste a mais viva simpatia por minhas deduções relativas à existência das humanidades celestes; pois que, do meu livro Pluralidade dos Mundos Habitados, fizeste a pedra angular do edifício doutrinário, que tinhas arquitetado em tua mente. Muitas vezes conversamos sobre essa vida celeste tão misteriosa e agora, oh! Alma, já sabes, por uma visão direta, em que consiste ela – a vida espiritual, para a qual voltaremos, embora dela nos esqueçamos enquanto aqui estamos.”

Esta é uma pequena parte do discurso pronunciado pelo notável astrônomo Camille Flammarion no túmulo do seu amigo e mestre Allan Kardec.

O primeiro diz claramente que muitas vezes conversou com Kardec sobre a “vida celeste” — leia-se extraterrestre, pois na época este termo não existia — idéia central do tema da Pluralidade dos Mundos Habitados, onde o amigo Camille Flammarion ressalta ter Kardec utilizado este assunto como sendo a “pedra angular do edifício doutrinário” por ele formulado. O que quis Flammarion dizer com isto se não o aspecto óbvio do teor das intermináveis conversas sobre vida fora da Terra com o seu amigo Kardec? E observemos também que no seu discurso o astrônomo fez uma distinção entre vida celeste e vida espiritual.

Como podem, novamente questionamos, os atuais espíritas afirmarem que a questão extraterrestre fere a pureza doutrinária se o próprio Allan Kardec costumava conversar sobre este assunto com seus amigos? E se, conforme o testemunho histórico de um desses amigos, o codificador teria utilizado este tema como pedra angular do edifício doutrinário por ele arquitetado, ou seja, a Doutrina Espírita? Como explicar que uma das preocupações centrais do codificador transformou-se, cerca de 150 anos depois, em uma questão considerada herética e detestável pelos padrões da doutrina que ele criou?

07 maio, 2006

29) REVELAÇÃO CÓSMICA - A REVELAÇÃO ESPIRITUAL - Parte 5 - (JAN VAL ELLAM)

FONTE: REVISTA UFO 103

O espiritismo, acertadamente, pontificou sobre os efeitos materiais promovidos por causas inteligentes situadas além do horizonte de observação comum aos que aqui vivem. E ofertou ao mundo, como caráter de revelação, para apreciação e análise dos que estão encarnados, através de muitas mensagens de caráter mediúnico - as quais ainda não aceitas pelo academicismo como algo cientificamente possível e comprovado - preceitos filosóficos, orientações e esclarecimentos diversos que dignificam a existência. E fizeram mais os Espíritos codificadores, pois, nas páginas produzidas por Allan Kardec, encontram-se referências claras e objetivas a respeito de "outras humanidades celestes".

Necessitamos, contudo, entender que "os espíritos não ensinam senão apenas o que é necessário para guiar no caminho da verdade, mas eles se abstêm de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais: a ele cabe aproveitá-los e pô-los a funcionar." (A Gênese, de Allan Kardec).

No que concerne à abordagem da vida extraterrestre, alguns poucos, porém, importantes segmentos do movimento espírita, simplesmente não aceitam sequer que o tema possa ser discutido quando das suas reuniões, pois afirmam que esse procedimento fere o que chamam de pureza doutrinária, dando, assim, continuidade ao extravagante processo de impedir que o que é óbvio demore uns bons séculos para poder ser percebido. No caso em questão, pela própria avaliação dos cientistas, descobrir vida lá fora é uma simples questão de tempo, que não deve sequer durar mais do que o intervalo de algumas poucas décadas.

Nos próximos anos, novas tecnologias de busca estarão acopladas aos satélites o que transformará a busca pela existência de vida fora da Terra em algo tão plausível como o conhecimento que temos sobre a diversidade da natureza terrestre.

Assim, torna-se interessante perceber que o tema “vida extraterrestre”, é assunto tido como absolutamente possível e certo para os cientistas. O que muitos deles têm dificuldade em aceitar é o fato de que os ETs já possam estar visitando a Terra. Mas no meio científico, não se discute mais se existe vida ou não lá fora. Para a maioria dos cientistas, à exceção de uns poucos, é opinião corrente de que existe vida abundante por todo o cosmos e, o que hoje se discute, é “como” deve ser feita a comunicação para esta humanidade quando chegar o momento em que o aviso se tornar inevitável, isto se a descoberta da vida lá fora se der através do método científico. Porém, se um primeiro contato oficial se der, como produto da estratégia dos nossos irmãos cósmicos, outras deverão ser as providências.

Para o movimento espírita, a continuar valendo o epíteto de heresia doutrinária para o tema extraterrestre, imposta por algumas poucas pessoas que, infelizmente, entronizam as suas próprias opiniões esquecidas de escutar a dos Espíritos e de fazer valer a intenção da Espiritualidade, somente restará assumir o equívoco de considerar como sendo herético, em pleno século XXI, o que já era filosoficamente óbvio para o codificador Allan Kardec, no século XIX.

Assim tem sido e, infelizmente, continua a ser, ao longo da evolução do pensamento religioso, já que o que se tem por “verdade”, passa a ser fator impeditivo para que novas verdades, ou novos aspectos da realidade maior, possam surgir.
Ora, se essas poucas pessoas que desvirtuam o movimento espírita não prestarem atenção ao que Kardec escreveu, quem haverá de fazê-lo? Vejamos, mais uma vez, o que o codificador deixou registrado no livro A Gênese:

“Há coisas a cujo sacrifício é preciso que nos resignemos de boa ou de má vontade, quando não é possível proceder de outro modo. Quando o mundo marcha, a vontade de alguns se revela impotente para o deter: o mais sábio é segui-lo, conformando-se com o novo estado de coisas ao invés de se agarrar ao passado que se desintegra, com o risco de cair com ele.”

“Por respeito a textos considerados como sagrados, seria necessário impor silêncio à ciência? Isto é uma atitude tão impossível quanto impedir a terra de girar. As religiões, quaisquer que tenham sido, jamais ganharam nada por sustentar erros manifestos. A missão da ciência é a de descobrir as leis da Natureza; ora, como essas leis são obras de Deus, não podem ser contrárias às religiões fundadas sobre a verdade. Lançar anátema ao progresso como inimigo da religião, é lançar anátema à própria obra de Deus; ademais, é isso completamente inútil, pois todos os anátemas do mundo não impedirão que a ciência caminhe, e que a verdade venha à luz do dia. Se a religião se recusar a caminhar com a ciência, a ciência prosseguirá sozinha.”

“Somente as religiões estacionárias podem temer as descobertas da ciência; essas descobertas não são funestas senão aos que se distanciam das idéias progressivas, imobilizando-se no absolutismo de suas crenças; eles fazem em geral uma idéia tão mesquinha da Divindade, que não compreendem que o fato de se assimilarem às leis da Natureza reveladas pela ciência, é glorificar Deus em suas obras; porém, em sua cegueira, preferem com isso prestar uma homenagem ao Espírito do mal. Uma religião que não estivesse em contradição com as leis da Natureza nada teria que temer do progresso, e seria invulnerável.”

Urge uma reflexão por parte dos espíritas, em especial dos médiuns e dos dirigentes que consideram como embuste a questão extraterrena, pois será inconcebível se, daqui a alguns poucos anos, for percebido que os mesmos agiram tal qual os escribas e fariseus no tempo de Jesus, visto que não avançavam e nem deixavam avançar, não entravam e nem deixavam entrar os que queriam se iniciar nos estudos de vanguarda que levam ao desenvolvimento espiritual, única maneira de evoluir. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o reino dos céus: vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar.” (Mt 23, 13).

Na segunda metade do século XIX, afrontado pelo desinteresse e resistência à mudança que a ortodoxia vigente sempre oferta às novidades que intentam surgir, Kardec preferiu desenvolver, com toda a profundidade de análise que lhe fosse possível, a temática do “espírito”, deixando, por questão de estratégia pessoal frente às forças conservadoras da época, o conceito de ser celeste — ser cósmico ou extraterreno — para o porvir. Foi compondo paulatinamente os painéis da compreensão desse outro contexto mas, ao perceber que mal conseguiria levar adiante o mister espírita, pela falta de apoio e pelo acúmulo de obstáculos que a cada momento se ajuntavam, foi distribuindo pelos artigos da Revista Espírita — lançada em 1858 — e mesmo pelas entrelinhas dos livros que estava produzindo, um pouco dessas reflexões.

E o que era o conceito de “ser celeste”, que Kardec depreendera dos seus estudos?