24 maio, 2006

34) A NATUREZA DO CORPO DE JESUS (Jan Val Ellam)

Pergunta – Qual era a natureza do corpo de Jesus? Era um corpo de carne e ossos, como o nosso, ou era de natureza diferente? Pergunto por causa da tese do “corpo fluídico” de Jesus, trazida nos Evangelhos de Roustaing, com a qual tendo a concordar, porque é difícil para mim aceitar que um espírito situado em tão elevado grau na escala evolutiva possa ter ocupado um corpo semelhante ao nosso, com tantas necessidades animais a satisfazer.

Jan Val Ellam – Informam os mentores que, de fato, por meio de processos julgados naturais, normais, não pode o princípio ativo existencial, ou seja, uma alma, um espírito, retrogradar. Nesse sentido, não pode um espírito na condição humana, por exemplo, reencarnar como macaco, como formiga. Seguindo na mesma linha de raciocínio, não poderia um espírito de escol encarnar num corpo animal como o que serve de guarida às almas que vivem na condição humana. Ainda assim, o estranho é que a maior Autoridade Celeste desta parte do cosmos assim tenha feito.

Não há, no vocabulário terreno – continuam os amigos espirituais a informar – como expressar o que, voluntariamente, essa autoridade excelsa fez. Em palavras pobres e distorcidas, seria como se um ser humano, por insistente postura amorosa em relação às formigas, voluntariamente desenvolvesse técnicas específicas de cirurgia para retirar de seu corpo espiritual um sem-número de órgãos, de modo que seu espírito pudesse diminuir-se ao ponto de ter um quantum vibratório semelhante ao das “alminhas” das formigas, e, assim, poder “encarnar” entre elas.
Aqui, chegamos a um ponto em que, para irmos adiante na resposta, é importante que seja percebido, antes de mais nada, como um espírito encarna.

No que diz respeito à média da humanidade encarnada, nas chamadas encarnações programadas – pois há outras que não o são – o espírito, quando vai encarnar, reúne-se com seus afins – e aqui nos referimos a espíritos de porte evolutivo semelhante ao nosso – nos ambientes espirituais. Nessa reunião se fazem presentes aqueles que já foram seus pais, mães, filhos, filhas, cônjuge e amigos, além dos guias espirituais, mentores daquela família espiritual e daquela alma que vai reencarnar.

Tem início, então, um profundo levantamento, dentro de um processo tecnológico existente na espiritualidade que, se comparado com o que nós dispomos aqui na Terra, seria semelhante a uma listagem de computador, onde, no primeiro momento aparecem todos os méritos, todas as conquistas, todos os créditos espirituais que esse espírito tem.

Numa outra lista apareceriam os deméritos, os problemas criados nas muitas vidas: os carmas a serem saldados diante da própria consciência, como também os decorrentes da Lei de Causa e Efeito.

Uma terceira lista relaciona possíveis espíritos afins que aceitariam encarnar próximos ao indivíduo, como pai, mãe, irmãos, parentes e amigos.

Finalmente, uma quarta relação lista espíritos que não nutrem qualquer tipo de sentimento positivo em relação àquele que vai encarnar, muito antes pelo contrário. Se, por acaso, no programa encarnatório dessa individualidade que irá encarnar, ela tenha o azar de encontrar espíritos que não gostem de si, ainda que seu cérebro físico não perceba a sensação ou o impulso da mente espiritual de um espírito que lhe tenha ódio, sempre lhe “vão sobrar” situações complicadas.

Nesse sentido, com base em todas estas informações das últimas vidas, uma espécie de resultante genética espiritual cármica é produzida. Depois, se encontra quem queira ser seus pais, o que, para o espírito que vai encarnar nem sempre é fácil.

Cerca de três horas após a relação sexual havida entre os futuros papai e mamãe, quando milhões de espermatozóides estiverem transitando na trompa de falópio da mãe, aproxima-se uma equipe espiritual trazendo consigo o espírito que irá encarnar, já diminuído vibratoriamente a um ponto tal em que esteja inconsciente, sem postura ativa na mente, de modo a não interferir no processo de imantação ao novo corpo carnal.

Essa equipe espiritual se aproxima, então, da futura mãe e, em função das codificações genética e cármica decorrentes dos méritos e deméritos do espírito que irá encarnar, um técnico da espiritualidade, com uma espécie de “visão de raio X”, identifica, entre os milhões de espermatozóides que estão nadando na trompa de falópio da mãe, quais têm carga genética compatível com o código genético do seu merecimento cármico. Assim que é identificado, esse espermatozóide recebe uma espécie de “passe” espiritual energético, vibratório, dessa equipe e, por nadar mais rápido e por ser o mais forte, é o que fecunda o óvulo. No momento em que ocorre a fecundação, e isso a ciência atual já conseguiu perceber, ocorre uma espécie de “explosão magnética”. É nesse momento que a equipe técnica “imanta” a alma do espírito que vai encarnar ao óvulo fecundado. A partir desse momento, já existe vida.

A questão é que essa Autoridade Celeste decidiu diminuir-se ao ponto de Lhe ser possível nascer incondicionalmente entre os homens, isto é, igual aos demais, e, nessa condição, poder mostrar que é possível viver como Deus o faria se por aqui estivesse “andando”. Ante essa decisão, os seus próprios assessores Lhe argumentaram não ser viável Seu propósito, pois, como Ele próprio sabia, não seria possível a uma alma de escol, alguém que é unificado ao próprio Pai Celestial, diminuir-se tanto, de modo a ser imantado a um corpo primitivo, material, animal, como o que caracteriza o ser humano.

Contudo, esse Ser insistiu na possibilidade de se desenvolver um projeto, um procedimento tecnológico qualquer no campo clínico, que Lhe permitisse aqui poder encarnar, ainda que Se submetendo aos riscos implícitos à ousadia de Se sujeitar aos procedimentos de vanguarda criados, uma vez que nunca no universo – afirmam os mentores – um espírito de escol havia se proposto a tamanho risco.

Seus assessores apontaram-Lhe, então, que, das quase duas dezenas e meia de bilhões de almas, de espíritos exilados e renegados de outrora, que se encontravam agrupados nas esferas espirituais do orbe terrestre, apenas uma já estava plenamente evoluída, reunindo, portanto, as condições de, caso encarnada na polaridade feminina, receber uma espécie de inseminação artificial cósmica. Ainda assim, esse procedimento Lhe traria graves riscos.

Fato é que, na medida em que se configurou a possibilidade da Sua encanação na Terra, essa Autoridade Celeste começou, voluntariamente, a se mutilar, sendo essa palavra, dentre as que existem no vocabulário terreno, a que mais se aproxima da descrição do ocorrido.

Assim, esse Ser – e aqui, a palavra sofrimento talvez não seja a mais correta, seria também a que mais se aproxima – teve que passar por uma série de sofrimentos incomensuráveis, indescritíveis nas palavras terrenas, para Se diminuir ao ponto de “caber” em uma cápsula jamais anteriormente produzida, numa espécie de procedimento de vanguarda. Através de um processo complicadíssimo, esse Ser Se inseriu, Se imantou, ou foi inserido, imantado, acomodado – sabe-se lá a palavra que devemos usar – a essa cápsula. Foi então que Maria, ainda em idade quase juvenil, virgem ainda, foi inseminada artificialmente.

Toda essa operação, toda essa logística, foi feita por insistente “teimosia” desse Ser que, na Terra, ficou conhecido como Jesus. Não houve nenhum problema que impedisse relações sexuais entre Maria e José depois que Jesus nasceu, tanto que eles tiveram outros filhos. Era necessário sim, para que um ser de escol aqui pudesse vir, que o espírito de Maria não estivesse ainda impregnado pela energia de qualquer outro filho ou filha que por ela tivesse nascido, uma vez que isso impediria a operação “nascimento de Jesus”, ou aumentaria o risco dos possíveis problemas.

Maria foi assistida tanto nos últimos tempos antes da sua concepção como durante a gestação de Jesus, e apesar disso, ocorreram problemas que jamais passaram às páginas do evangelho.

Mas o importante é que seja percebido que a idéia contida nos evangelhos do nosso irmão Roustaing e em outras obras derivadas do seu pensamento, é que Jesus teria encarnado com uma “espécie de corpo” diferente do nosso.

Filosoficamente, está explícito que seria uma hipocrisia alguém na Sua condição excelsa ficar fingindo dores, sofrimentos, que não teve. Se nem mesmo seres menos qualificados do que Jesus à luz da evolução cósmica se prestariam a esse tipo de comportamento, que não é condizente com o de um ser minimamente evoluído, quanto mais o espírito que representa o Pai Celestial.

De fato toda essa discussão é muito positiva, e tudo o que se fale, se pense, se questione, se estude a respeito de Jesus ainda é pouco, diante do muito pouco que tanto vós com nós, aqui na espiritualidade, conseguimos saber a Seu respeito, porque Seus próprios assessores, que conviveram, convivem e irão conviver com Ele muito tempo, conseguiram compreender até os dias atuais, nem mesmo os mais próximos, todas as questões, todas as circunstâncias desse episódio por eles vivido.

É importante, também, que seja observado o seguinte aspecto: No nosso mundo, as autoridades são eleitas, mediante procedimentos que conhecemos, e não há muita diferença quando uma sai e outra ocupa seu lugar. Tudo continua do mesmo jeito, melhora um pouco, piora um pouco, mas não se sai de certo nível das potencialidades humanas.

Mas, sobre a perspectiva das autoridades cósmicas, não é assim que “funciona”. Quanto menos evoluído é o ser, mais tecnologia ele precisa para poder potencializar e dispensar suas possibilidades. Entretanto, quanto mais evoluído é o ser, mais simples as coisas se tornam e menos necessita ele de alguma coisa além da própria mente espiritual. O Pai, expressão maior do que se pode entender da perfeição do misterioso e amoroso projeto de criação, simplesmente cria por si mesmo, como o princípio belo cria a beleza.

O Pai Celestial, como princípio que tudo criou, não utilizou tecnologia, posto que desnecessário.
Assim, as autoridades cósmicas têm assentadas nas suas expressões mentais os pilares de sustentação do universo. Eles trabalham incessantemente. No momento em que um quase-Deus, como essa Autoridade Celeste que na Terra ficou conhecido como Jesus, começa a Se desconstituir, a Se diminuir, Ele deixa de vibrar como sendo foco de sustentação de parte da criação e de todos os seres que Lhe estão subordinados por um decreto amoroso do Pai Celestial. Quando isso acontece, quando um ser com Ele Se desativa, não há quem O substitua, até porque, do mesmo modo que não existem dois seres iguais na Terra, com o mesmo rosto e a mesma impressão digital, no cosmos também não há dois “Jesus” iguais. Existem, sim, muitos filhos diletos do Pai unificados a Ele, mas cada um com suas características, sendo isso uma das grandes maravilhas de potencial de criação do Pai.

Uma vez que ninguém O poderia substituir, antes de sair de Sua condição de Pastor Cósmico para encarnar aqui, este Ser criou um outro procedimento, do qual não vamos falar aqui, para que, durante o rápido tempo de Sua vida na Terra, as “coisas” não decaíssem de vez nesta parte do cosmos.

E ainda hoje é motivo de estudo, pelos mais aprofundados pesquisadores da personalidade de Jesus, o fato de que haveria Ele antecipado a sua morte. O certo é que, por essa época, de tudo o que Ele dizia ninguém mais compreendia coisa alguma, pois já havia dito tudo o que poderia ser dito e compreendido.

Assim, Ele, quando entrou em Jerusalém, o fez para de lá não mais sair com seu corpo carnal. Por isso, Ele disse a Judas que fizesse logo “o que tinha que fazer”, posto que, mesmo na condição humana, sabia de outras tantas ovelhas do seu rebanho cósmico completamente “apavoradas”, perdoem a expressão pobre, pelo fato de alguém do Seu porte estar na Terra em corpo carnal e submetido a todo tipo de violência. E mais ainda: que Ele fatalmente morreria de forma violenta.

E se, na hora de sua morte violenta, Ele tivesse uma “raivinha”, um instante de ódio que durasse um segundo só?

Um espírito de escol, se vibrar negativamente, com ódio, talvez gere em si próprio uma espécie de câncer para o qual não há remédio nem cura na medicina cósmica. Os assessores de Jesus estavam, literalmente, como já dito, “apavorados” com o que Lhe poderia acontecer quando estivesse cravado na cruz, o corpo sofrendo dores indescritíveis. Pois ainda assim Este nosso irmão amou. Até mesmo no pior momento, Ele ainda expressou ternura e pediu que o Pai Celestial perdoasse aqueles que estavam fazendo aquela loucura.

Ninguém imagina a quantidade de naves que estavam próximas da Terra quando a assessoria do Mestre avisou, no circuito de certa “TV Globo” do cosmos, que o Mestre iria levar até o fim o Seu sacrifício. De quase todos os mundos evoluídos, e são milhares deles nesta parte do cosmos, vieram naves para ajudar a fazer alguma coisa, ou apenas para presenciar algo inusitado. E ninguém imagina o que ocorreu quando esse Espírito de Escol desencarnou, deixando o corpo como um Vencedor. Não há vocábulos terrenos, não há livros terrenos, não há homenagens terrenas, não há como se possa relatar o que os olhos humanos não viram naquele instante. Talvez daqui a alguns milênios alguém possa contar essa história.
Fato é que, na premissa da pergunta, de fato, tecnicamente não é possível um espírito de escol imantar a sua alma ao corpo vibratório físico animal, primitivo como o terreno. Mas Ele o fez.

Pena que, dois mil anos depois, ninguém estude isso a sério. Pena que, dois mil anos depois, nós discutimos tudo a respeito de Jesus, menos o que mais Ele se preocupou em deixar como reflexão para nós, que é a atitude amorosa que deveríamos ter.

Existem segmentos do espiritismo, do catolicismo, do protestantismo, das religiões que nasceram a partir do Seu legado, que discutem todo tipo de bobagem, mas ninguém se preocupa em testemunhar o Amor Fraternal que Ele nos ensinou. Pena que, depois de tanto tempo que tivemos para estudar o Seu legado, ainda não levamos Jesus a sério.

Natal/RN, Grupo Atlan 31.05.04 - www.atlanbr.com.br

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