14 maio, 2006

32) REVELAÇÃO CÓSMICA - Parte final (Jan Val Ellam)

FONTE: REVISTA UFO 103

Assim, por não termos ainda a necessária habilidade de aplicar os nossos espíritos na arte do bem e também por não conseguirmos perceber o óbvio, costumamos esquecer de observar que, por meio de comunicações mediúnicas ou canalizadas, a condição humana não nos permitirá maiores certezas na identificação de coisa alguma nesse sentido pois que nesse contexto existe o inevitável fator da imperfeição do ser terráqueo. Deveríamos ter, portanto, a humildade necessária para sabermos lidar com processos que se encontram fora do alcance da que podemos ao certo perceber. E mais ainda: percebermos o sentido óbvio de que o processo de canalização é somente uma etapa, algo arriscada, do processo evolutivo, enquanto ainda não estivermos habilitados a lidar diretamente com espíritos desencarnados e seres de outros mundos.

Nos dias atuais, foi fartamente veiculado pela imprensa que o amado Chico Xavier teria afirmado em vida que suas possíveis mensagens, após o seu desencarne, deveriam estar envolvidas em uma espécie de código identificador somente conhecido por três pessoas da sua intimidade. Desculpem, mas isso é uma afronta à memória de Chico, por cuja grandeza espiritual, jamais derrogaria o mais simples dos preceitos observados pelos Espíritos Codificadores e expressamente ressaltado por Kardec: que as mensagens vindas do outro lado da vida não deveriam ter as suas marcas de possível autenticidade grafadas pelo nome do autor mas sim pelo conteúdo das mesmas. Os Espíritos Codificadores agiram dessa maneira por um motivo óbvio: na condição humana é simplesmente impossível se determinar se a "autoria intelectual" é de tal ou qual individualidade. Este é o preceito mais precioso da prudência no campo das comunicações interdimensionais. E seria exatamente Chico que iria ferir, depois da obra magnífica que realizou, tão comezinho principio da lógica espiritual?

Devemos todos, independente de outras questões, procurar beber de todas as fontes cristalinas que matam a sede de saber que nos move o íntimo. A Doutrina Espírita é uma dessas fontes, a mais moderna e talvez a mais rica já fecundada neste mundo. Por que não estudá-la, mesmo que certos segmentos do espiritismo pretendam patrulhar esse acesso, na pretensão de transformar o leitor da mesma em espírita, o que é um profundo e lamentável equívoco?! O acervo de informações das doutrinas budista, espírita-cristã, taoísta e de todas mais, pertencem à humanidade e não aos seguidores desse ou daquele movimento.

Concluindo, obrigamo-nos a repetir que é sempre temeroso dar-se por sabido o que ainda precisa ser descoberto pelos padrões do que pode ser considerado como “verdade” na condição humana. E no que se refere a espíritos e extraterrestres, esta humanidade ainda precisa galgar muitos degraus de uma escada evolutiva na qual, a cada patamar que se alcança, permite que se possa vislumbrar um horizonte ainda mais amplo de observação.

Talvez falte humildade intelectual onde sobra sinceridade de propósitos em todos nós que buscamos o progresso espiritual.

No que me toca observar, e isso é somente um testemunho passível de equívocos comuns à frágil percepção espiritual que me caracteriza a busca evolutiva, esses dois contextos, a saber, o espiritual e o cósmico (extraterreno), respondem pelas duas componentes que servem de pilares para a vida na Terra e que nos fornecem as respostas para as inquietantes indagações da nossa filosofia existencial: quem somos?; de onde viemos?; o que estamos neste mundo?; qual o sentido da vida?; qual a função do ser humano diante da existência?

Precisamos estudar e compreender esses dois contextos que envolvem a vida na Terra para que nos seja então possível entender a nossa situação neste mundo, fruto exatamente da interseção dessas duas hostes existenciais.

Tudo o que precisamos é que os espíritas e os ufólogos tenham o devido bom-senso para não disputarem a propriedade de um tema que a ninguém pertence ou, sob outra perspectiva de análise, pertence a todos nós, que é o exercício pleno da cidadania cósmica que qualquer individualidade expressa pelo simples fato de existir em algum recanto deste majestoso universo (provável conjunto de muitos universos e dimensões).
E que possamos, no caso da Terra, ter a liberdade de nos expressarmos livremente ma busca da “verdade”, sem maiores preocupações com rótulos transitórios. Afinal, na condição humana, o que podemos saber ao certo, a não ser a importância do "amai-vos uns aos outros", pois independente de existirem espíritos e extraterrestres, se nos amássemos verdadeiramente, a Terra seria o próprio paraíso. Ao contrário, mesmo existindo outras tantas humanidades celestes e espirituais, enquanto não aprendermos a amar uns aos outros, a vida na Terra será sempre o caos já conhecido, mesmo que sejamos doutores em ufologia, espiritismo e outras matérias. E não será nenhum espírito ou extraterrestre que virá fazer pelos terráqueos, o que estes precisam de fato aprender a realizar: desenvolver em si mesmos a habilidade para amar ao próximo e para dignificar e honrar a vida, seja ela em que nível for e em qualquer morada cósmica.

J. V. Ellam

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